Do tempo

Nem sempre o nosso é o tempo dos outros.
A confiança do tempo e no tempo é algo que o próprio tempo teima em retirar-nos. Habituada a fazer ontem e a querer tudo para ontem não é fácil habituar-me a um tempo em que a urgência é cicatriz dos meus dias e não dos dias do outros.
Não fosse navegar num barco cheio de gente cujas marcas da vida, e dos dias e horas se notam cada vez mais e o meu tempo até podia ser outro. Mas o tempo que temos é pouco para quem olha para a vida como nós olhamos. Com olhares arrastados e cheios de sonhos. Com decisões pesadas carregadas de ónus sendo isso o impulso para manter o caminho firme. Mas é tão difícil. Em tantos momentos é tão difícil.
Depois é o nosso tempo. Aquele que criará alicerces para o muito que queremos dar e fazer. Cansadas mas prontas para jogar mãos à obra. Seja o tempo de outros favorável ao nosso tempo.


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